ENDURANCE - AS REVIRAVOLTAS DO ENDURANCE BRASIL NESTA RETA FINAL DE CAMPEONATO
Com a realização da penúltima etapa do Endurance Brasil em Santa Cruz do Sul, RS, o desenho do campeonato mostrou uma outra cara para a final do campeonato, onde os campeões em cada classe serão definidos em Goiânia, GO, última etapa desta temporada.
Mas, não apenas os campeões de cada classe, pois ainda é possível o campeão na classificação geral ser um carro da classe GT3 e não um da P1, como seria esperado e aconteceu nos últimos anos.
Com a vitória de Vicente Orige e Gustavo Kirilla (ARJ #444) na geral, a dupla se aproximou da ponta e entram na luta pelo campeonato - chegaram ao Rio Grande do Sul na quinta colocação e subiram pra quarta, onde Fernando Ohashi e Henrique Assunção (AJR #175) permanecem na liderança, mesmo tendo terminado a prova no quarto lugar.
Emílio Padron e Marcelo Vianna (AJR #11) foram sétimo e continuam na segunda posição, com David Muffato e Pedro Queirolo (ARJ #113), segundo colocados na última etapa, com o terceiro posto em sua classe e assim, todos estes podem ser campeões de acordo com o resultado da ultima etapa.
Aqui há de se fazer uma menção em reconhecimento ao excelente trabalho que a equipe Sigma veio fazendo ao longo do campeonato e, mesmo sabendo que não possuem chances de ser campeão, o terceiro lugar nesta última etapa só reforça que o caminho seguido está correto, sendo que possivelmente em 2022 o time vem muito forte para combater os já bem estabelecidos AJR.
Mas esta matemática parece não ser muito exata, pois com o resultado de Cacá Bueno e Ricardo Baptista (Mercedes AMG GT3 #27) nesta etapa, foram quinto colocados entre todos que competiram, eles são os segundo colocados na classificação geral, com grandes chances de título não apenas em sua classe.
Aqui há de se fazer uma observação: para o campeonato geral são considerados descartes de resultados e isto explica o fato do GT3 #27 ser segundo colocado na geral, ainda que seja o segundo colocado de sua classe.
Falando da GT3, este final de semana foi uma ocasião para os ponteiros da classe esquecer, uma vez que os resultados não foram os melhores: o Porsche 911 GT3R de Ricardo Maurício e Marcel Visconte devido a problemas com a embreagem, deram apenas 26 voltas e a McLaren 720S, líder da classe com os pilotos Marcelo Hahn e Allan Khodair foram nonos na geral e terceiros em sua classe.
Com a vitória na classe e os infortúnios dos adversários, Bueno e Baptista encostaram na dupla do Porsche na segunda colocação e estão a apenas pontos do líder do McLaren 720S.
Na P2 o MCR GrandAm Ford V8 navegou em águas gaúchas, sua casa, como se estivesse dando um passeio num tranquilo lago, encerrando a prova no 13° lugar na classificação geral, sendo o único carro desta classe a participar da prova, algo similar ao que aconteceu com o Ginetta G55 #69 da classe GT4L, que correu sozinho e chegou na 18ª posição entre os 28 que largaram.
Na P2 Fernando Poeta e Cláudio Ricci já não podem ser alcançados e sendo assim, ainda não receberam a taça, mas já são os campeões desta classe. Na GT4L o título está seguro com o time EV Racing II, onde a luta pelo campeonato se dará entre os membros da equipe.
Na GT3L a dupla pai e filho Sérgio e Guilherme Ribas do Aston Martin Vantage V12 resolveu aprontar pra cima dos pilotos da Ferrari 458 Italia, ao vencer a prova em sua classe, terminando no 12° posto, sete à frente dos rivais, adiando assim o título dos rivais para a etapa de Goiânia, GO.
É verdade que a chance da dupla do Aston Martin é pequena, mas nada impossível, pois na última etapa o vencedor leva 260, porém Ricardo Mendes da Ferrari tem 235 pontos de vantagem e pela sua regularidade no campeonato, é muito difícil que não consiga marcar pontos suficientes para terminar em primeiro.
Num panorama geral o que temos propriamente dito é indefinição, pois como sabemos provas de endurance contam com uma quantidade de variáveis praticamente infinitas e sendo assim, somente após o término da próxima etapa que se realiza no dia 18 de dezembro que teremos certeza de quem são os campeões.
E isto é algo que só abrilhanta ainda mais a competição, pois mostra a competitividade do campeonato e o nivelamento dos times, que mesmo dispondo de equipamentos diferentes, o desempenho de todos está bem equiparado, o que só atrai mais participantes para o grid, que na última prova contou com 28 carros na largada e tendo só a aumentar.
Foto: Divulgação
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Autor
Márcio de Luca
