ENDURANCE BRASIL - EFEITO CARBONO


A abertura da temporada 2022 do Endurance Brasil foi recheada de emoção e acima de tudo, imprevisibilidade, dado o grande resultado que o Ligier JS P320 que chegou ao Brasil na semana passada e venceu eu sua estreia.


Mas, não foi apenas o novo importado quem chegou se impondo no grid da categoria, mas também vimos o Ginetta G58 chegar a um dos seus melhores resultados desde que aportou no Brasil, assegurando a terceira posição na geral ao final da corrida.

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Bem, podemos dizer que a sorte ajudou o carro francês e também o inglês, que vinham sendo superados pelos nacionais AJR e Sigma P1, mas a regularidade que os dois LMP3 mostraram ao longo das quatro horas de corrida em Goiânia foi estarrecedor, dado o imenso calor que fazia na capital do planalto central no último sábado - se alguém tinha dúvidas do porque endurance e resistência são sinônimos, acho que a abertura da atual temporada foi uma lição que vai ecoar por bons tempos na mente dos apreciadores da categoria, bem como servirá de um rico aprendizado para os nem tão familiarizados assim.

Verdade seja dita tudo levava a crer que a Sigma levaria esta prova, com diversos AJRs andando em seu encalço, porém a sorte começou a virar as costas para os nossos rápidos protótipos nacionais e deste ponto em diante, abriu-se uma larga avenida de passagem para os importados, que ensauduicharam o foguete #444 na segunda posição.

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Claro que isto não tira nenhum pouco o mérito de Guilherme Bottura e Gaetano di Mauro, vencedores da prova, nem tão pouco do trio da família Ibrahim que encerraram na terceira posição, pelo contrário, isto mostra que o trabalho durante o final de semana foi igualmente bem feito e lhe habilitaram a chegar nas posições que chegaram – no caso específico do Ginetta, mostra que o time que agora está cuidando do carro, a Tech Force Racing, deu a equipe a confiabilidade que o equipamento tanto precisava, projetando uma temporada muito diferente em termos de resultados em comparação aos anos anteriores.

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Esta prova de abertura mostra que o campeonato deste ano vai ser muito mais disputado, pois nesta mesma classe P1 que já mostrou um grande leque de postulantes ao título, há ainda o carro da equipe MC Tubarão que vai entrar no grid na prova de Interlagos no próximo dia 21, o que pode aumentar para cinco o número de modelos diferentes na luta pelo lugar mais alto do pódio, pois como já vimos em anos anteriores, o time de Tiel Andrade e companhia nunca está para brincadeira.

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Mas, não apenas a P1 vai ter muitos pegas emocionantes neste ano, pois os GTs estão cada vez mais em alta e com a entrada de novos carros no grid, faz com que a mexida no balanço de forças da categoria aconteça constantemente e desta forma, a imprevisibilidade se mantenha presente também neste grupo.

Neste quesito, pela quantidade de máquinas no grid, os Mercedes AMG GT3 parecem ter certa vantagem, mas isto não quer dizer que um dado carro esteja na frente, pelo contrário, a diferença é que numericamente os carros da estrela de três pontas é maior, dado que há apenas um Porsche, um McLaren e um BMW no grid, contra seis.

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O BMW M4 GT3 estreou no Brasil neste final de semana e sendo assim, ainda está em fase de ajustes e adaptações, porém Porsche e McLaren já mostraram do que são capaz, sendo o primeiro já campeão do Endurance Brasil e o segundo por pouco não fazendo o mesmo no ano passado, seu ano de entrada na categoria.

Na GT4 a movimentação foi grande também, uma vez que neste ano não temos mais os Ginettas G55 (pelo menos nesta primeira prova) no grid, porém entraram dois Porsches 718 Cayman, bem como um BMW M2 CS, que juntos aos Mercedes AMG que já estavam no grid, seguramente garantirão um grande show também nesta classe.

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O único senão para o campeonato deste ano vai para as classes P2 e P2 Light, que novamente conta apenas com o MCR GrandAm e um MRX respectivamente, o que deixa de certa forma a luta desigual, pois não brigam exatamente com os carros das classes de cima, nem tem efetivamente adversários do mesmo nível, o que torna o campeonato para estes um pouco sem sentido, já que bastarão concluir um certo número de provas para que sejam campeões em suas classes.

Enfim, mais um campeonato se inicia em alto nível e o que podemos perceber é que a categoria deixou de ser uma competição de garagistas como em seu inicio em 2017, quando diversos times eram derivações de oficinas de preparação e tinham suas operações em pista - hoje diversos times oriundos de outras categorias estão montado suas operações também neste campeonato, o que só demonstra que a seriedade com que o trabalho vem sendo feito, está sendo percebida e a ideia de correr no Endurance Brasil está sendo comprada por equipes que fazem carreira em outras modalidades do automobilismo nacional.

Em suma, chega logo 21 de maio!


Márcio de Luca

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Márcio de Luca

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