FÓRMULA 1 - AS (IMENSAS) DISPARIDADES APRESENTANDAS NO GP DO MÉXICO


No final de semana que se passou tivemos o GP do México, corrida que para os campeonatos de pilotos e construtores tratou-se de mero protocolo, uma vez que Max Verstappen e a Red Bull Racing já colocaram as mãos em ambas as taças.


Porém, nesta corrida ficaram mais do que bem provadas algumas verdades que ao longo da temporada foram se afirmando, onde algumas ainda incertas, se confirmaram nesta corrida mexicana.

A primeira verdade é que Verstappen e o seu time deram uma grande lição de aprendizado à todos no padock, pois a rápida resposta frente as adversidades, fez com que o time não se perdesse no inicio da temporada em meio aos maus resultados e antes mesmo do primeiro terço do campeonato concluído, assumiram a ponta para não mais perder.

A segunda verdade, foi um pouco mais demorada de ser percebida, mas amplamente considerada, é o fato da Mercedes, multicampeã antes da entrada em cena das novas regras, relegada ao terceiro posto deste campeonato, ressurgiu nesta reta final da temporada e agora é um franca ameaça ao vice-campeonato da Ferrari no mundial de construtores – Lewis Hamilton e George Russell apresentaram um regularidade tal, que hoje, duas corridas para o final do campeonato, estão a apenas 40 pontos do time vermelho, sendo agora efetivamente uma ameaça, ainda que o tempo para a consumação esteja bem curto.

A terceira verdade é o fiasco que o time italiano se propôs a passar neste ano, quando iniciou a temporada como um verdadeiro foguete, mas chega ao final dela como um fraco tiro de festim: a Ferrari não soube em nenhum momento gerir o período que esteve em vantagem; não conseguiu reverter em momento algum o prejuízo que ao longo do ano ia aumentando e pior que isto, Charles Leclerc, que tomou para si o “cargo” de futuro campeão, hoje amarga a terceira posição do mundial de pilotos, com poucas chances de se tornar vice.

Por fim, a quarta verdade é: um time que deseja ser campeão um dia, não pode se permitir que um único carro na temporada passe por seis trocas de motores como já aconteceu com Fernando Alonso, que de saída da Alpine, deve estar aliviado por rumar para a Aston Martin no próximo ano – apesar dos seus 41 anos, Alonso está longe de ser velho para a categoria, dado que o seu talento e precisão parecem ter parado no tempo quando ele tinha vinte e poucos anos – com o ambicioso plano que o time francês tem de estar no topo do esporte, um motor confiável é condição mínima para a sua realização, algo que hoje a Alpine não tem.

Em suma, Verstappen não apenas quebrou o recorde de vitórias em uma única temporada, mas ele mostrou ao mundo como uma equipe precisa funcionar para ser campeã e tornar os seus pilotos habilitados a ser campeão – hoje a Red Bull desfruta das duas primeiras posições do mundial de pilotos e, mesmo Sergio Perez não sendo um tipo “ponto fora da curva”, faz do seu limão a sua própria limonada, pois recebe do seu time um pacote confiável, com uma equipe capaz de lhe proporcionar as melhores condições de pista – o único problema (para ele), é o fato do seu companheiro de time ser o melhor piloto em atividade, o que frustra os seus planos de também ser campeão.

Seja como for, este final de temporada está sendo uma grande mostra de como será a temporada 2023 da Fórmula 1, que apesar da Red Bull ter uma redução grande no seu tempo de estudo de túnel de vento e CFD, a resiliência e a capacidade da equipe austríaca será novamente posta a prova, com uma Mercedes vindo também forte no ano que vem e infelizmente, sem grandes esperanças para a Ferrari, que mesmo quando está no comando da situação, se perde em meio a si mesma e encerra uma temporada desencontrada, tal como faz agora.

De verdade, em 2023 teremos um grande campeonato, não duvide disso!

Fotos: divulgação Formula 1


Márcio de Luca

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Márcio de Luca

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