A primeira balançada se deu com o estardalhaço que a Red Bull Racing causou no final de semana, sendo imponente durante todo o período com seus dois carros: Max Verstappen ganhou todos os pontos possíveis em Ímola e Sergio Perez aproveitou todas as oportunidades que teve para maximizar os pontos da equipe, que em uma só tacada acumulou 58 pontos.
Verstappen comemora vitória dominante em Ímola. Reprodução
Na contramão dos touros vermelhos, a equipe vermelha Ferrari quase que saiu do autódromo que dista cerca de 80 quilômetros de sua sede, apenas com os pontos da corrida sprint, já que Carlos Sainz em um momento infeliz de Daniel Ricciardo (McLaren), foi tirado da corrida ainda na primeira volta e Charles Leclerc, devido ao seu erro próximo do final da corrida, jogou por terra os pontos de um valioso terceiro lugar devido a um despiste e leve batida – encerrou a prova em um sexto lugar, mas muito longe do que o time poderia ter angariado, somando apenas 20 pontos no geral.
A Ferrari tem um ótimo carro, mas se vê atrás da Red Bull neste momento. Reprodução
Quem também teve um final de semana para se lamentar, apesar do grande resultado de Lando Norris, com o pódio pelo terceiro lugar, foi a McLaren, que viu Ricciardo encerrar a corrida na última posição, apesar do excelente trabalho que a dupla fez na corrida sprint de sábado, onde juntos os dois pilotos somaram sete pontos e no final das contas ainda salvaram 22 pontos para o mundial de construtores – não é certo que se o australiano não tivesse se envolvido no acidente com Sainz ele pontuaria, mas a tirar pelo rendimento de Norris na corrida, provavelmente o somatório de pontos do final de semana poderia ser maior.
A melhora da McLaren é notável! Reprodução
Outra equipe que teve um final de semana lamentável foi a Mercedes e neste caso, muito mais lamentável que a McLaren, pois apesar de George Russell ter salvo um quarto lugar na corrida, isto foi um mero ponto isolado do final de semana, já que na qualificação para a corrida sprint foram eliminados no Q2; na corrida do sábado a melhor posição do grid foi de Russell, mas com um lugar no 12º colchete do grid – Lewis Hamilton foi apenas o 14º e na corrida, avançou apenas um lugar ao final do GP, mesmo com as desistências de Sainz e Fernando Alonso, que largaram em sua frente.
Hamilton toma uma volta de Verstappen. Cena ilustra atual momento da Mercedes. Divulgação Formula 1
O time alemão pode ter chegado ao fundo do poço nesta corrida, pois mesmo Valtteri Bottas da Alfa Romeo teve um ritmo de corrida melhor do que o de Russel e só não terminou em sua frente porque o britânico largou muito bem, algo que o finlandês ainda precisa treinar muito.
Falando da equipe do trevo de quatro folhas, o chinês Guanyu Zhou foi apenas 15º, mas terminou à frente dos seus reais adversário, Nicholas Latifi (Williams) e Mick Schumacher (Haas), o que já demonstra que ele tem cumprido o seu papel – não dá para esperar dele em sua primeira temporada na Fórmula 1, andar na frente do veterano Bottas, que tem feito muito pela equipe B da Ferrari.
Zhou acelera sua Alfa em Ímola. Divulgação Orlen Alfa Romeo
Quem também não teve um final de semana muito promissor foi a Alpine, que não marcou pontos na corrida sprint e na prova principal viu Fernando Alonso abandonar prematuramente a corrida e Esteban Ocon não ir além do 14º posto – verdade seja dita, é o francês quem está sustentando de pontos a equipe, que dos 22 que acumulam, apenas dois veio do espanhol, que pontuou somente na abertura do campeonato no Bahrein.
Alpine viveu um final de semana para se esquecer. Reprodução
Chegamos então na Haas, que ao que tudo indica a equipe norte-americana não poderia ter tomado uma decisão melhor de trazer de volta Kevin Magnussen para o time, já que o dinamarquês tem cumprindo muito bem a tarefa na qual foi designado: utilizar sua experiência para ajudar a equipe desenvolver o carro e não perder as oportunidades de pontuar, algo que ele tem feito, já que em quatro corridas acumula 15 pontos.
O maior problema da Haas neste momento é Mick Schumacher não pontuar como Magnussen. Reprodução
Não podemos deixar de falar da AlphaTauri, que demonstrou na pré-temporada ser uma das equipes que iriam subir de status neste ano, mas que disputadas quatro corridas, acumula apenas 16 pontos estando melhor apenas que Williams que tem apenas um ponto, Aston Martin que soma cinco pontos e Haas que tem um ponto a menos, mas ao que parece tem chances de virar a mesa já na próxima corrida. A favor do time taurino italiano está o fato dos dois pilotos pontuarem, algo que a equipe de Gene Haas não desfruta desta benesse.
Gasly protagonizou disputas com Hamilton em Ímola, mas a realidade é diferente. Reprodução
Falando agora da Aston Martin, que com o projeto de em cinco anos estar no topo da categoria, parece que vai ter que trabalhar mais arduamente nos próximos quatro, já que neste time está patinando: o filho do patrão da equipe Lance Stroll tem apenas um ponto e não é de hoje que sabemos que só está na categorias porque é pagante. Já Sebastian Vettel que ficou duas corridas de fora devido a Covid-19, conseguiu passar por um final de semana mais tranquilo, depois de ter abandonado na Austrália - pontuou e mostrou regularidade ao longo de todo o final de semana.
Vettel teve um final de semana um pouco mais decente em Ímola. Divulgação
Por fim temos a Williams que aposta (e deve fazer isto) todas as fichas no anglo-tailandês Alexander Albon, responsável pelo único ponto que a equipe tem até o momento e que seguramente trará mais pontos para o time, onde o segundo carro da equipe atua como mero figurante na temporada, pois nas quatro corridas que Nicholas Latifi participou, uma ele não completou (Arábia Saudita) e nas três demais encerrou todas na 16ª posição.
Equação simples: Williams ainda é a pior equipe da Formula 1. Reprodução
Daqui a dois finais de semana a caravana da Fórmula 1 desembarca em Miami, EUA e este será um desafio de igual tamanho para todos os pilotos, pois trata-se de uma pista nova e desta forma, os treinos livres terão grande valia para a etapa, pois será o momento de fazer um bom reconhecimento de pista, colher dados e montar a estratégia para a qualificação e corrida.
Se as condições climáticas forem favoráveis durante todo o final de semana, será possível avaliar melhor e comparar o desempenho de Red Bull e Ferrari, as grandes protagonistas da temporada até aqui, onde não descarte novamente uma boa corrida da McLaren, que ao que parece, encontrou as deficiências do seu carro e trabalhou duro para minimizá-las.
Miami será provavelmente ainda um momento de lamentação para a Mercedes, que já anunciou que as grandes mudanças no carro só estarão prontas para o GP da Espanha, a corrida seguinte, porém o time tem aproveitado como ninguém as oportunidades que surgem e sendo assim, seguramente também pontuará nesta etapa.
Em suma o GP da Emilia-Romagna provou mais uma vez que o campeonato deste ano tende a só se encerrar na última corrida e este não será um momento isolado de altos e baixos ao longo da temporada para as equipes, sobretudo as de ponta – cada corrida será literalmente uma batalha e neste momento não é possível dizer quem está em vantagem, especialmente porque os times preparam em suas fábricas atualizações, que mexem nas peças do tabuleiro, dificultando uns as jogadas dos outros.
Enfim, uma temporada que deixará saudades quando ela terminar...
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