Adiadas devido a pandemia mundial da Covid-19, os novos carros que trazem um grande volume de modificações no conceito, na aerodinâmica e até mesmo no tamanho das rodas (algo que alguns pilotos já sinalizaram como sendo um fator de dificuldade a mais devido a menos visão que geram da frente do carro), mostraram em sua grande maioria que são confiáveis e acima de tudo, rápidos.
Nesta pequena análise não vamos nos ater a desempenho, ainda que ele seja importante, porém neste momento quero apenas verificar o quão forte e estressante para os monopostos, foram estes três dias de atividades.
Todas as equipes juntas deram 2.843 voltas no traçado catalão do Circuito de Barcelona, o que se multiplicarmos pela extensão da pista, chegamos ao número de 13.248 quilômetros rodados, onde a líder absoluta foi a Ferrari, que nas mãos de Carlos Sainz e Charles Leclerc deram 439 voltas – Sainz foi o líder entre os pilotos, somando sozinho 236 giros.

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Na contramão da Ferrari, a Haas que desde o primeiro apresentou problemas no VF-22 não passou das 160 voltas, ou apenas cinco voltas a mais que Lando Norris da McLaren, que foi o piloto do top 10 que menos voltas deu.
Para alívio dos fãs da equipe britânica Williams, uma das que mais sofreu nos últimos anos por falta de investimentos e, por conseguinte resultados, conseguiu executar bem o seu programa de testes, dando ao todo 347 voltas na pista catalã, ocupando o quinto posto entre as dez equipes, com Alexander Albon sendo o quarto entre o pilotos mais voltas deram, com 207 ao todo.

Apesar do novo regulamento, não houve uma equipe dominante nestes primeiros testes. Reprodução
Aston Martin e Alpine tiveram problemas no último dia, não participando da sessão da tarde do último dia de testes, o que deu uma reduzida no volume de voltas acumuladas, porém nos dias anteriores, salvo alguns problemas que surgiam, a medida do possível realizaram bons programas.
Esta questão da confiabilidade dos carros tem um efeito muito importante ao longo da temporada, pois não podemos esquecer do limite de três motores para cada carro, que para os menos confiáveis, pode significar um volume maior de trocas de unidades de potência e com isto, perda de lugares nos grid e o comprometimento de algumas corridas.
ALGUNS DADOS DE DESEMPENHO
Não podemos deixar de falar, mas sabendo que os dados de desempenho obtidos num momento destes podem estar maquiados em função de uma “puxada de freio de mão” por parte das equipes, como forma de esconder um pouco do jogo e deixar o inimigo “relaxado”, porém algumas coisas podem ser medidas e comparadas.

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Neste sentido podemos perceber que a polarização Mercedes e Red Bull Racing que vimos nos últimos anos, parece estar mantida na ponta da tabela, uma vez que os dois times meio que se caçavam na pista, onde o britânico Lewis Hamilton marcou a melhor volta do período de testes com o tempo de 1m19s138, com Sergio Perez, o mais rápido dos bulls vindo em terceiro com 0s418 de desvantagem.
A Mercedes ficou também com o registro de maior velocidade aferida nos testes, onde George Russell bateu a marca de 320 Km/h, apenas 0,1 Km/h mais rápido do o que mexicano da Red Rull Racing.

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São números que devem ser vistos, mas no fundo não podem ser considerados, já que quando o campeonato começa todo o potencial dos carros e pilotos são postos à prova e ai sim é que as equipes vão para a pista sem restrições de desempenho – é claro que Mercedes e Red Bull devem ser protagonistas neste campeonato, mas seguramente não serão as únicas.
PRÓXIMOS PASSOS
A categoria agora está aquartelada em suas sedes analisando os dados obtidos nos três dias na pista espanhola e vão agora pra cima de melhorias, que podem ser apenas no sentido de regulagens nos carros, ou num sentido mais amplo, já irem para o Bahrein, onde ocorre a segunda bateria de testes coletivos, com algum pacote de atualização.
Seguramente equipes como Haas, Alfa Romeo e Alpine, as que menos voltas deram na atividade da Espanha, são as que mais trabalhos devem realizar, pois ao que parece, são estes os carros onde a confiabilidade deixou a desejar.

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Isso não quer dizer que Ferrari, Mercedes e McLaren, as três primeiras em maior número de voltas, não terão trabalho á fazer; muito pelo contrário, estas podem também ser as que mais trabalharão, pois no caso da equipe alemã está em jogo manter a supremacia na categoria, ao passo que para Ferrari e McLaren está em jogo o voltar a elite da Fórmula 1.
Seja como for, entre os dias 10 e 12 de março o circuito de Sakhir no Bahrein vai nos mostrar um pouco mais e talvez seja possível ver alguns outros detalhes desta imensa colcha de retalhos, que será efetivamente desenrolada na semana seguinte, quando ocorre a primeira prova da temporada nesta mesma pista.
Até lá muita coisa ainda pode mudar e de verdade, talvez nem depois da prova de abertura teremos um norte de quem vem forte neste ano, afinal, os carros ainda estão em sua fase de descobertas, num ano que de verdade há muito por se descobrir ainda.
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