FORMULA 1 - COM UMA CORDA DE DINHEIRO NO PESCOÇO!


Em sua curta carreira na Fórmula 1 o piloto russo Nikita Mazepin já conseguiu estabelecer uma certa coleção de desafetos, um leque de polêmicas e até mesmo encrencas dentro da equipe com seu companheiro de time o alemão Mick Schumacher.


Reconhecidamente Mazepin só esta na Fórmula 1 devido ao alto (altíssimo) nível do cofre da família, que tem despejado notinhas de dólar aos montes na equipe Haas, porém isto não é um “pecado” dentro da categoria, pelo contrário, a quantidade de pilotos pagantes no grid deste ano não é pequena, com representantes da China, Canadá e em certo nível, do Japão.

Porém, todo o dinheiro que Mazepin e sua família dispõe parece neste momento um grão de areia na imensidão de uma praia, onde não faltam dúvidas sobre sua continuidade na categoria, onde já se especula que a Uralkali, empresa do setor de fertilizantes de Dmitry Mazepin, seu pai, parece já ter dado adeus em definitivo à equipe.

Dimitry com Nikita. Russo é amigo pessoal de Putin. Reprodução

O conflito desencadeado pela Rússia em sua invasão à Ucrânia tem feito o dominó mundial desabar em diversas direções e Mazepin pode ser uma das vítimas deste condenável ato do governo russo, sem que nada de mal tenha feito – é claro que a guerra não passa uma borracha no curto, mas manchado passado do atleta, mas não podemos culpa-lo por ser russo e nem tão pouco bater palmas para a sua saída.

Fazer isso seria o equivalente a começar hostilizar cidadãos russos que moram aqui no Brasil e que tal como Mazepin, nada fizeram para que o conflito existisse.

Em suma, o triste momento que vive o mundo é uma grande lição para a humanidade e neste caso serve também de exemplo para o piloto Nikita Mazepin: o dinheiro é muito importante, mas ele ainda não é capaz de comprar tudo.

Carreira de Nikita corre sério risco! Reprodução

Com as pressões que a comunidade esportista mundial tem realizado sobre os diversos comitês ao redor do mundo (países que fazem parte da FIFA pedem a exclusão da Rússia da Copa do Mundo do Qatar; o Comitê Olímpico Internacional recomenda a não participação de atletas oriundos da Rússia e Belarus em campeonatos organizados pela FIA, entre outros), em algum momento a FIA vai acabar cedendo, onde não podemos deixar de lado o fato da Liberty Media ser norte-americana e a Fórmula 1 ser praticamente uma categoria europeia, exatamente o bloco dos países que estão “contra” a Rússia neste momento.

Para colocar mais desespero na vida do jovem piloto russo, recentemente o britânico Jemery Clarkson, um ex-apresentador do mundialmente conhecido programa de TV Top Gear, postou em seu Twitter a seguinte mensagem: “Nikita Mazepin. Seu retardado de m... Vá correr para na Rússia sozinho”.

Hoje Gunther Steiner, diretor da equipe Haas saiu em defesa do seu piloto: “Ouvi falar sobre o tweet de Jeremy Clarkson. Talvez tenha sido realizado em um momento de raiva ou algo assim, porque foi muito direto. O melhor é não olhar para o que está escrito, porque ele não tem nada a ver com isto. Só precisamos continuar e ver onde isto [conflito na Ucrânia] vai acabar e trabalhar. Esperemos que ele [Mazepin] consiga manter a cabeça erguida e continuar trabalhando”.

Claro que Mazepin não é um exemplo de piloto (talvez em todos os sentidos) e a onda de solidariedade que está sendo gerada no mundo à favor da Ucrânia não pode cegar os olhos das pessoas em relação ao que é certo – Mazepin já cometeu muitas falhas, verdade, mas neste conflito ele é tão vítima quanto os ucranianos, por mais que esteja numa situação muito melhor do que eles.


Márcio de Luca

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Márcio de Luca

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