Falo das "encrencas" entre os companheiros de equipe, que prometem ser o fogo abrasador dentro de algumas garagens na próxima temporada - neste ano resta apenas uma corrida, então ente fogo pouco ou nada vai arder...
Começando por Otmar Szafnauer, que teve que intervir na relação entre Esteban Ocon e Fernando Alonso, que na corrida sprint do sábado andaram se encontrando e o faisqueiro foi grande - é verdade que o espanhol está de saída da equipe, mas o embate entre os pilotos poderia sacramentar a McLaren na quarta posição do mundial de construtores, o que para a Alpine seria muito ruim, dada a perda de receitas que isto poderia gerar.
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Ainda no sábado, mesmo que num grau menor de gravidade, vimos Sebastian Vettel ser espremido por Lance Stroll na reta oposta de Interlagos – o alemão precisou pisar na grama para não tocar no seu companheiro de equipe.
Vettel está de saída da equipe e sendo assim, não teremos entre os dois protagonistas desta disputa mais brigas, porém para o seu lugar vem Alonso, alguém que não afina numa situação como esta e ai pode ser que o caos se instaure na garagem da Aston Martin, pois o filho do patrão gosta de entrar em bolas divididas sem ter razão para isto.
A outra encrenca diz respeito aos pilotos da Ferrari, onde ontem Charles Leclerc em um imenso esforço de superação, conseguiu chegar numa quarta posição ao final da corrida e com uma imensa choradeira via rádio, queria que a equipe ordenasse uma troca de posição com Carlos Sainz, que era terceiro e estava marcando três pontos a mais que o monegasco, que naquele momento empatava com Sergio Perez da Red Bull Racing em 290 pontos.
Sainz não tinha obrigação de entregar o pódio a Leclerc e a Ferrari não deveria ordenar a troca de posição, mas o fato de não ter feito, seguramente gerará um bom pano pra manga na garagem da equipe, pois o piloto do carro #16 não se contenta fácil em ser contrariado, mesmo sabendo que sua posição no campeonato também é culpa sua, o que lhe faz mendigar pontos.
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A outra treta e esta parece que não será das menores diz respeito a Max Verstappen e Perez, com o holandês terminando à frente do mexicano, quando não está mais precisando destes pontos para o campeonato, uma vez que já se sagrou campeão.
Checo na corrida de Interlagos com a não inversão de posições perdeu dois pontos, o que lhe deixa empatado com Leclerc, que pelo critério de desempate (vitórias), pode ser favorecido na última corrida do ano - se ambos terminarem a corrida de Abu Dhabi sem pontos, o monegasco será declarado o vice-campeão da temporada, onde penso que o boxe da equipe austríaca pode incendiar.
Por fim podemos dizer que a não-luta no final da corrida de ontem entre Lewis Hamilton e George Russell, este último vencedor da prova, pode ter selado a paz que o time já goza e mais do que isto, firmado uma grande amizade entre os companheiros de equipe.
Não sabemos, verdade, se Hamilton tinha bala para pressionar Russell nas últimas voltas, mas o britânico mais velho já venceu por diversas vezes e sabe que ter importunado o mais jovem ontem, poderia debitar um grande capital seu junto a torcida, algo que no final das contas não lhe traria um grande benefício, mesmo sabendo que esta vitória da Mercedes tem um grande peso - neste caso específico vejo os pilotos jogando para a equipe e não por si, algo que pode valer uma grande tranquilidade para o time na próxima temporada, onde não descarto uma Mercedes muito forte em 2023.
Claro que na Fórmula 1 cada um corre por si, pensando em ajudar o time, porém, ajudar o companheiro de equipe em determinados momentos, faz parte do ajudar a equipe, algo que pode ser que alguns pilotos não tenha pensado, ou mesmo que tenha, deu de ombros ontem.
Em suma, mais uma vez o Brasil presenteou a Fórmula 1 com uma grande corrida - resta saber se estas boas, não serão más lembranças para alguns...
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