FÓRMULA 1 - E SE A DECISÃO FICAR POR CONTA DE UMA BATIDA?
Neste final de semana teremos a grande final da temporada 2021 da Fórmula 1, neste que de muito tempo não víamos um campeonato tão bom, com a competição sendo definida na ultima corrida.
Os postulantes ao título Max Verstappen e Lewis Hamilton estão empatados em número de pontos, com cada um tendo acumulado 369,5 e ai é que mora o perigo: o holandês ainda se mantém como líder da temporada, pois pelo critério de desempate, o número de vitórias está a seu favor, sendo nove suas, contra oito do rival.
E como a história não nos permite esquecer diversos episódios de decisões de campeonatos que acabaram de forma pouco usual, não podemos deixar de imaginar que isto possa ocorrer neste final de semana, pois Verstappen que está numa busca alucinante pelo seu primeiro título, sabe que hoje seu carro não rende tanto quanto outrora, onde as três ultimas etapas foram vencidas por Hamilton com sobra, sendo que no final de semana passado no GP da Arábia Saudita, o piloto britânico cravou a melhor volta da corrida mesmo com a lateral direita de sua asa dianteira danificada, o que demonstra a superioridade do W12 neste momento.
Neste cenário não podemos deixar de lembrar dos finais de campeonatos de 1989 e 1990, quando no primeiro, com uma batida o francês Alain Prost se tornaria tricampeão de Fórmula 1 sobre Ayrton Senna, que no ano seguinte daria o troco pagando na mesma moeda ao francês, na ocasião se tornando bicampeão da categoria.
É claro que isto não é a melhor maneira de encerrar uma temporada, sobretudo como esta de 2021 onde o título foi definido nos detalhes, onde cada ponto foi e é importante, mas sabemos que além de um esporte a Fórmula 1 também é um negócio, muito lucrativo por sinal, o que pode motivar o desfecho da temporada ocorrer desta forma – o campeão recebe sua bolada e talvez este seja um valor justo para manchar sua biografia.
Hamilton nas últimas corridas sabendo que em uma batida poderia ser o grande prejudicado, fugiu de todas as tentativas mais agressivas por parte de Verstappen e até aqui se deu bem: no GP de São Paulo no final da reta oposta ele foi o mais longe possível para não bater; na prova do Qatar em momentos roda com roda soube tirar o pé para não colidir e no GP árabe, fez o mesmo e por um golpe de muita sorte, não teve um prejuízo maior na ocasião que acertou a traseira do carro #33, quando este freou bruscamente e deixou a traseira para o britânico “destruir” sua asa dianteira.
É certo que a adrenalina será muito grande nesta etapa de Abu Dhabi e mais emocionante será assistir a luta pelo título até o final da corrida e não terminando na primeira volta como a história já nos mostrou algumas vezes.
Porém, dos finais de campeonatos com batidas, Verstappen só precisa se lembrar do caso entre Michael Schumacher e Jacques Villeneuve, no qual o alemão que liderava o campeonato por um ponto, bateu no canadense e levou a pior, ficando fora da corrida para assistir de camarote a conquista do título pelo jovem piloto da Williams.
Sendo assim, como diria minha avó, cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém...
Foto: Fórmula 1
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Autor
Márcio de Luca
