FÓRMULA 1 - ESTAMOS HÁ POUCOS DIAS DO ADEUS DE SEB


Este próximo final de semana tem tudo pra ser melancólico para a Fórmula 1, pois será o momento que Sebastian Vettel, quatro vezes campeão do mundo dará adeus a categoria.


Sua trajetória iniciou em 2007 pela extinta equipe BMW, ocasião que substituiu Robert Kubica, que na corrida anterior, o GP do Canadá, sofreu um forte acidente e não poderia participar da etapa de Indianapolis, EUA - encerrou brilhantemente a corrida na oitava posição, algo que para um piloto reserva era muito acima do esperado, se tornando na ocasião o mais jovem piloto a pontuar na Fórmula 1, então com 20 anos.

O jovem Vettel acelerando o belo Sauber BMW no GP dos EUA/2007. Reprodução

Neste mesmo ano a equipe Toro Rosso (hoje AlphaTauri) despachou o norte-americano Scott Speed e o jovem Vettel foi o escalado para lhe substituir - concluiu a temporada sem grandes milagres, ainda que pontuando na penúltima corrida do ano com um quarto lugar – encerrou o ano no 14º posto, com apenas sete corridas pela equipe.

Na temporada seguinte, iniciando como titular, Vettel não teve um bom início de ano, com quatro abandonos seguidos, porém, ia preparando o campo para seus grandes feitos: foi quinto em Mônaco, oitavo no Canadá e de forma surreal venceu o GP da Itália, em um dia que a pista estava mais para corrida de barcos do que qualquer outra coisa – deu aos italianos de sua equipe uma vitória em um dos templos do automobilismo europeu, Monza.

Debaixo de uma chuva torrencial Vettel conquistou sua primeira vitória no GP da Italia/2008 com a Toro Rosso. Reprodução

Chegamos então ao ano de 2009, quando a Red Bull Racing percebendo que Vettel era um prodígio, deu-lhe o assento do RB5 e ai começou uma grande história, com o jovem alemão encerrando a temporada daquele ano como vice-campeão, atrás apenas de Jenson Button e a surpreendente Brawn GP.

De 2010 a 2013 a dupla Vettel Red Bull dominaram a categoria, tomando para si os títulos de pilotos e construtores, fazendo o mundo ficar atônito com o feito, uma vez que a equipe nada mais era do que a antiga Stewart, que virou Jaguar e em 2005 passou a operar como Red Bull Racing, que de patrocinadora da equipe Sauber e alguns pilotos e equipes da extinta GP2, iniciaria uma trajetória de domínio no esporte, que dura até hoje.

Hamilton (até então campeão de 2008) e Button campeão de 2009 dão um banho em Vettel, campeão da temporada 2010. Reprodução

Tanto Stewart como Jaguar eram equipes medianas, situadas mais ou menos onde hoje brigam Alfa Romeo e Aston Martin, o que mostra que o trabalho de Dietrich Mateschitz na construção desta equipe foi fenomenal, além claro, de saber escolher bem os pilotos que pilotam para o time.

Em 2014 a equipe daria uma arrefecida na sua trajetória vitoriosa, com Vettel encerrando a temporada na quinta posição, atrás do seu companheiro de equipe Daniel Ricciardo, que encerrou em terceiro – em 20 de novembro deste ano a equipe italiana Ferrari anuncia que a partir do ano seguinte o alemão estaria defendendo suas cores e dai em diante, podemos dizer que sua trajetória iria entrar em um lento declínio, pois diferente dos anos de Red Bull, salvo algumas vitórias, Vettel jamais voltaria a levantar uma taça de campeão.

"Grazie, grazie, grazie!" A primeira vitória de Vettel foi redentora naquele momento da carreira do alemão. Reprodução

Vettel ficaria na Ferrari de 2015 a 2020, sendo terceiro colocado no mundial de pilotos no primeiro ano na equipe italiana; quarto em 2016; vice-campeão em 2017 e 2018; quinto em 2019 e apenas 13º em 2020, ano que a Ferrari amargou o sexto lugar no mundial de construtores e neste sentido, Vettel nada pode fazer para melhorar o desempenho do time, que tinha um carro muito mal nascido e um motor que não entregava a potência necessária para um carro de Fórmula 1.

Comemoração pela conquista do lugar no pódio em Baku/2021 pela Aston Martin. Divulgação

Em 2021 o alemão rumaria para a Aston Martin, equipe que ajudaria a construir as bases para tornar o sonho de Lawrence Stroll, magnata canadense que comprou a marca britânica com o objetivo de torná-la campeã o mais breve possível – não foram os melhores anos do piloto na categoria, porém devemos lembrar que a Aston Martin nunca forneceu um carro a altura do talento de Vettel, que na atual temporada acumula 36 pontos, dos 50 pontos totais que a equipe possui.

Em 15 anos de Fórmula 1 Vettel colecionou sucessos e acima disso, o respeito dentro do padock e junto aos fãs, que sempre o apoiou e sobretudo neste momento de despedida, tem lotado os autódromos com homenagens e felicitações – Vettel é um popstar sem nunca ter buscado ser.

A reverência é toda a você campeão! Danke Seb! Reprodução

Ele sempre foi um piloto que esteve mais interessado em pilotar e a ajudar a equipe, do que estar nos holofotes da fama, ainda que suas atitudes fora das pistas (recordemos os inúmeros pós-GPs que Vettel ajudou na limpeza das arquibancadas, por exemplo) tenha-o alçado para as primeiras páginas de notícias do esporte.

Em suma, a Fórmula 1 perde muito com a saída de Sebastian Vettel, um piloto que apesar do período agudo que teve com Mark Webber, seu companheiro de equipe nos tempos de Red Bull Racing e cujas rusgas foram grandes, sempre foi muito bem visto, com um baixíssimo nível de encrencas na categoria – sempre muito simpático com o público e ele fará falta não apenas pela pilotagem, mas pelo resumo da sua grande obra.

Deixará saudade...

Danke Seb!


Márcio de Luca

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Márcio de Luca

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