FÓRMULA 1 - FOGO AMIGO NA TERRA DOS CANGURUS?


O mundo dos negócios na Fórmula 1 é tão rápido quanto os carros nas pistas, onde uma movimentação de bastidores de um piloto do grid, provoca um rápido redirecionamento das ações e consequentemente, um redesenho do line up de pilotos nas equipes.


Porém, todas estas movimentações são executadas através de uma extensa e complexa rede relacionamentos, que muitas vezes não estão tão à vista, mas que de fato podem justificar algumas mudanças que causam espanto. 

Com a aposentadoria de Sebastian Vettel anunciada na semana passada, os movimentos começaram de forma intensa e a primeira grande onda de choque veio com o anuncio de Fernando Alonso que assumiria a vaga deixada pelo alemão na Aston Martin, onde foi exatamente a vaga que será deixada pelo espanhol na Alpine quem mais deu o que falar e é através dela que vemos os grandes movimentos de bastidores. 

Oscar Piastri. Divulgação

A Alpine anunciou que Oscar Piastri seria o piloto titular, mas tão logo o anuncio foi feito, a jovem promessa australiana tratou de desmentir a notícia, o que gerou uma grande surpresa para o mundo das corridas, afinal, quem seria louco de não querer ser titular na categoria. 

Piastri é visto como o substituto de Daniel Ricciardo, seu compatriota que ocupa uma vaga na McLaren, mas por traz do jovem está a figura do ex-piloto de Fórmula 1 Mark Webber, que também é australiano e é o seu empresário. 

Mark Webber. Divulgação

Webber teve uma passagem bem sucedida pelo WEC correndo pela Porsche, onde na ocasião o chefe de equipe era Andreas Seidl, que hoje é chefe de equipe da McLaren e que vem sendo bem sucedido na tarefa de fazer a equipe rumar de volta ao topo da categoria. 

Seidl e Webber mantém ainda uma boa relação e laços de amizade e este pode ser o verdadeiro elo de ligação entre Piastri e o time britânico, que não tem hoje na pessoa de Ricciardo alguém que ajude a manter o time pelo menos na quarta colocação do mundial de construtores, já que apenas Lando Norris tem sido constante na tarefa de pontuar. 

Dado quase como certo em um dos cockpits laranja no ano que vem, Piastri negou uma vaga certa na Alpine e não teria feito isto se não tivesse munido de um bom acordo para 2023 - se a Fórmula 1 é o topo do automobilismo mundial, negar uma vaga em uma equipe só seria justificado caso o piloto tivesse vaga em uma outra equipe, que é o que parece...

 

Tudo indica que a equipe "mamão-papaya" terá um australiano em 2023, mas não será Riccardo. Divulgação

Certo é que Piastri não é louco e Webber não é burro e sendo assim, a amizade do australiano mais velho com Seidl parece que está em vias de colher mais um bom fruto, tal como aconteceu nos tempos da Porsche. 

Se tudo der certo com a Alpine, tudo indica que o australiano sorridente terá um cockpit na equipe francesa e se a McLaren não tiver uma cláusula no contrato que permita a interrupção do vínculo com Ricciardo, é provável que além do cockpit azul, o piloto ainda receba uma boa bolada de dinheiro, já o seu acordo com o time vai até o final de 2023. 

Desta forma, aguardemos os próximos movimentos neste grande e complexo tabuleiro de xadrez, onde todas as peças parecem estar perigosamente conectadas umas as outras, sem sabermos realmente quem vai levar o xeque-mate ou de onde ele vem. 


Márcio de Luca

Autor

Márcio de Luca

TAGS:
formula1
f1
mclaren
alpine
astonmartin
danielriccardo
oscarpiastri
fernandoalonso
sebastianvettel
markwebber
andreasseidl