FÓRMULA 1 - MAIS UMA VEZ VERSTAPPEN


Ontem a qualificação deixava claro que a Red Bull Racing e Max Verstappen haviam escondido o jogo na pré-temporada e hoje na corrida ficou ainda mais evidente que o time austríaco não havia mostrado absolutamente nada do potencial do RB20.


O holandês ontem fez com certa folga a pole position e hoje o passeio do time austríaco foi ainda maior, já que o mexicano Sergio Perez terminou a corrida na segunda posição sem dificuldades frente aos concorrentes.

Mas, diferente do que vimos ao longo de 2023, a força da Red Bull parece ter sido amplificada neste ano, uma vez que já na primeira etapa do ano o time obteve a maior soma de pontos possíveis numa corrida, já que Verstappen também obteve o ponto extra pela melhor volta da corrida.

Ou seja, Verstappen começa o ano com um grand chelem, o que para os amantes da Fórmula 1 não é uma notícia muito boa, já que o que queremos são disputas do primeiro ao vigésimo lugar do grid.

A CORRIDA

A largada foi até tranquila e, mesmo com o incidente entre Lance Stroll da Aston Martin e Nico Hulkenberg da Haas, a primeira curva teve uma passagem tranquila.

A partir deste ano o uso do DRS está disponível desde a primeira passagem dos pilotos pela linha de chegada, porém, nem mesmo este novo recurso impediu Verstappen de sumir na frente, uma vez que já na abertura da segunda volta o holandês tinha cerca de 1s2 de distância para o segundo colocado, que no momento era George Russell da Mercedes, que numa jogada inteligente ultrapassou Charles Leclerc da Ferrari rapidamente.

O fosso entre Verstappen e o restante do grid aos poucos ia aumentando e além deste efeito que o RB20 permitia, outra característica chamou a atenção: na volta 17 todos os demais 19 pilotos já haviam ido aos boxes trocar os pneus, porém o holandês passeava tranquilo pelo traçado de Sakhir, sem demonstrar necessidade de realizar sua troca.

Perez que largou em quinto agiu rapidamente na corrida e logo estava nos calcanhares de Carlos Sainz, que já havia superado seu colega de equipe. Pouco a pouco o mexicano ganhou território até se instalar na segunda posição, onde em momento algum foi incomodado, porém, sem a menor chance de chegar na ponta, terminando a corrida com mais de 20 segundo de atraso para a ponta.

AS DEMAIS FORÇAS

Claramente a Ferrari é a segunda força do grid e a consistência de Sainz faz-nos ter uma pequena esperança de alguma luta com a Red Bull ao longo do ano - o espanhol foi ao pódio na terceira posição e já abre a temporada de pressão sobre Leclerc, o quarto ao final da corrida, que no ano que vem terá o experiente piloto britânico Lewis Hamilton como companheiro, que nesta corrida amargou problemas na bateria do seu monoposto no início da prova e não conseguiu ir além da sétima posição, duas atrás de Russell.

As McLaren tiveram uma passagem meio apagada pela corrida do Bahrein, com seus dois pilotos terminando na zona de pontuação, porém praticamente encerrando de onde começaram: Lando Norris foi sexto e Oscar Piastri o oitavo, o que não é de todo ruim, pois somaram bons pontos para a equipe no mundial de construtores, sobretudo, por terem terminado à frente das duas Aston Martin, com Fernando Alonso e Lance Stroll fechando o top 10, respectivamente em nono e décimo.

AS FORÇAS MAIS FRACAS

Se no top 10 tivemos Red Bull Racing, Ferrari, Mercedes, McLaren e Aston Martin cada uma com seus dois pilotos pontuando, os esperados times mais fracos confirmaram as previsões da pré-temporada: se quatro dos cinco primeiros precisam melhorar, imagine o esforço que a segunda metade do grid que não pontuou precisa fazer.

A Alpine mostrou que é o mais fraco das 10 equipes, pois mesmo não tendo terminado nas duas últimas posições, isto não ocorreu por mérito de Esteban Ocon (17°) e Pierre Gasly (18°), mas sim pelos infortúnios de Valtteri Bottas (19°, Sauber) que teve um pit-stop desastroso e por Logan Sargeant da Williams ter tido problemas em seu carro, ficando inclusive parado na pista, mas conseguindo retornar aos giros pelo circuito barenita.

Na contramão de Hulkenberg que caiu para último após o incidente do inicio da corrida e não lhe permitiu ir além do 16° posto, Kevin Magnusen seu companheiro de garagem terminou em 11° e de certa foi o causador da primeira encrenca do ano: Yuki Tsunoda da Racing Bulls tentava ultrapassar o dinamarquês, mas não conseguia e então a equipe via rádio o mandou trocar de posição com Daniel Ricciardo que vinha logo atrás e que supostamente tinha mais ação, porém, ao final da corrida encerrou apenas à frente do colega de equipe, o que enfureceu o japonês taurino.

Alexander Albon da Williams terminou em 15°, porém teve problemas durante toda a prova, pois o novo volante do time inglês apresentou problemas, além do motor sobreaquecer, o que lhe fez não entrar em grandes lutas, trabalhando mais no sentido de levar o carro a salvo para a garagem, do que angariar melhores posições ao final da corrida.

CONCLUSÃO

Em termos de previsibilidade do campeonato, 2024 parece ser um 2023 piorado, pois ao que parece as férias entre temporadas deu uma arrefecida na cabeça de Sergio Perez, que ao que parece veio com mais ação neste ano.

Faltam ainda 23 corridas a ser realizadas e já sabemos que Verstappen será campeão, bem como a Red Bull também o será - a única dúvida que fica é: em qual etapa irão liquidar a fatura deste ano.

 

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Foto: Fórmula 1

 

   


Márcio de Luca

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Márcio de Luca

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