FÓRMULA 1 - MERCEDES QUER PENALIZAÇÃO A VERSTAPPEN
A guerra fria instaurada entre os dois times entrou na fase guerra aberta e declarada, onde o primeiro ataque supostamente veio da Red Bull, que na forma de pressão sobre os comissários do GP de São Paulo, conseguiu a desclassificação de Hamilton para a corrida sprint que aconteceu no sábado. Agora é a vez do ataque da Mercedes.
Depois do vídeo da câmera onboard do RB16B de Max Verstappen se tornar publico, a Mercedes viu indícios suficientes para entrar com uma representação na FIA e assim pedir revisão da não penalização ao piloto da Red Bull Racing.
Lewis Hamilton atacava o piloto holandês e na volta 48 partiu decidido pra cima afim de realizar a ultrapassagem ao final da reta oposta, porém Verstappen freou tarde e ambos os carros foram para a área de escape da Curva do Lago, com o piloto do carro #33 prevalecendo à frente.
No incidente, por pouco os dois pilotos não bateram, o que de certa forma seria benéfico a Verstappen, sobretudo pelo resultado obtido por Hamilton ao final da corrida.
Em um curto comunicado à imprensa, a Mercedes informou que estava ingressando com um pedido de revisão do veredito dos comissários de prova, buscando tirar o segundo lugar do piloto holandês, uma vez que a pena prevista poderia ser o acréscimo de cinco segundos ao seu tempo, que daria a Valtteri Bottas o segundo lugar.
"[A Mercedes] confirma que pediu a revisão, segundo o artigo 14.11 do CDI, do incidente na curva 4 entre os carros 44 e 33, na volta 48 do GP do Brasil 2021, tendo como base as novas provas que não estavam disponíveis para os comissários na ocasião da corrida”, disse o comunicado.
NOVOS INDÍCIOS E POSSIBILIDADES
No incidente do domingo, a Mercedes rapidamente pediu punição à Verstappen, mas as imagens disponíveis na ocasião, mostrava o incidente como ocorrência normal de corrida, inclusive este que vos escreve também pensava assim.
Pensava, porque ao ver o novo vídeo, percebo que Verstappen olha no seu retrovisor e nota a chegada de Hamilton e de forma tardia, estersa seu volante para fazer a curva, porém este movimento se dá quando o carro já está fora da pista, tal como onde Hamilton, que com a manobra, evitou o choque entre os dois.
O que percebi com a nova "prova" é que Verstappen deixa para frear tarde de forma intencional e mesmo que sair da pista seja algo permitido pelo regulamento esportivo, esta forma como se deu o incidente excedeu aos limites da validade da disputa. Devemos lembrar que nesta ocasião em questão, Hamilton já havia colocado o carro à frente de Verstappen, que se tivesse freado dentro dos limites do “fair-play”, teria sido ultrapassado.
No GP da Áustria deste ano os comissários locais puniram Lando Norris da McLaren em incidente com Sérgio Peres da Red Bull e na sequência, puniram o próprio Perez em incidente com Charles Leclerc da Ferrari na mesma corrida, utilizando as letras “B” e “C” do artigo segundo, apêndice L do Código Desportivo Internacional da FIA, em situação exatamente igual ao que ocorreu no domingo passado aqui em São Paulo.
Pelas regras da categoria, o piloto só pode mudar sua trajetória numa situação de ultrapassagem apenas uma vez e observando as novas imagens, percebo que da forma como o incidente aconteceu, Verstappen de certa forma, mudou de trajetória pela segunda vez, o que não é correto.
Vale lembrar que na volta 60 quando Hamilton finalmente ultrapassou Verstappen, o piloto da Red Bull Racing fez uma espécie de zig-zag na pista, algo não permitido pela regra, sendo que o piloto do carro #44 tomou o mesmo rumo da volta 48, seguindo por fora no traçado, porém como vinha com mais ação, a ultrapassagem foi consumada.
IMPLICAÇÕES NO CAMPEONATO
Caso a FIA reveja a situação e aplique a penalidade desejada pela Mercedes, admitindo que fossem acrescidos cinco segundos ao tempo de Verstappen, ele cairia para o terceiro lugar e com isto perderia três pontos, fazendo a vantagem dele para Hamilton cair para 11 pontos. Além disso, a Mercedes teria igualmente aumentado a vantagem em três pontos para a Red Bull Racing e com isto, estaria 17 pontos à frente.
Faltando três corridas para o término da temporada, estes três pontos tem uma força muito grande, pois do modo com o campeonato tem se desenhado, tudo leva a crer que o campeão mundial de pilotos e o de construtores, será definido na última corrida, pois qualquer vacilo de ambas as partes, fará a balança pender para o lado oposto.
É claro que a decisão dos comissários de prova no calor do momento poderia ter dado um novo rumo ao campeonato, o que seria uma grande responsabilidade e daria muito o que falar, porém agora o novo vídeo junta-se as evidências existentes e a FIA sim pode fazer esta mudança, que vai gerar descontentamentos e brigas, mas se é o que precisa ser feito, que se faça.
Fotos: Fórmula 1
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Autor
Márcio de Luca
