Na qualificação para o GP do Qatar uma bandeira amarela ocasionada por um incidente com o carro de Pierre Gasly da AlphaTauri no Q3, fez com que Max Verstappen (Red Bull Racing) e Valtteri Bottas (Mercedes) fossem penalizados com a perda de lugares no grid de largada, com respectivamente cinco e três posições, por não terem tirado o pé e abortado as voltas rápidas que vinham fazendo.
Na corrida anterior, o GP de São Paulo, um incidente de corrida na volta 48 entre Verstappen e Lewis Hamilton foi avaliado na ocasião da prova e nada de errado foi constatado, veredito mantido após apelação da Mercedes à FIA.

Michael Masi, diretor de corridas da FIA explicou um pouco do trabalho dos comissários de pista e da área de controle de corridas, que são altamente importantes para a competição, mas que trabalham com dinâmicas e mecanismos completamente distintos entre si.
“Como em todas as bandeiras amarelas que são exibidas, elas são exibidas por quem está na pista - esta responsabilidade é dos comissários de pista, uma vez que estão em todos os locais [da corrida] e se considerarem que é uma bandeira amarela simples ou dupla, cabe a estes comissários determinar isto. Julgam o que veem aos seus olhos e é por isto e para isto que estãolá”, iniciou Masi.
Nas duas ocasiões o trabalho dos comissários de pista (também chamado de fiscais de pista) serviu para auxiliar os comissários do controle de corridas, que como disse Masi, são eles que estão dentro do acontecimento e através de suas informações e das imagens que são geradas localmente pela TV, o controle de corridas atua, sendo que em alguns casos há um delay entre a avaliação e a tomada de ação, pois na sala de controle além de avaliar as imagens, avaliam as informações que vem dos carros e das equipes, onde o cruzamento destas informações que gera o veredito para punições ou não.
“Tivemos que ver onde os carros estavam na pista, ver todas as filmagens de cada um dos 10 carros do top 10, que foi o que eu fiz. Depois olhamos para os dados e assim por diante e obviamente é demorado, pois queremos ter a certeza de que temos todos os dados, por isto, uma vez que finalmente chegamos à decisão, determinamos ‘quem tinha feito o quê’ e o que estava exposto, bem como o que não estava exposto e assim por diante.Reportamos estes dados aos comissários e eles enviam a convocação aos envolvidos”, continuou o dirigente falando sobre o incidente do Qatar.
Desta forma, o que percebemos é que nenhuma das decisões tomadas pelos comissários ocorre no calor da emoção, pelo contrário, são realizadas de forma fria, detalhada e sem que a balança penda para nenhum dos lados e isto explica o motivo que ações aparentemente similares, geram punições diferentes, como foi o caso da diferença de perda de lugares no grid de largada entre Verstappen e Bottas, da mesma forma que apesar de investigado no mesmo acontecimento, o piloto da Ferrari Carlos Sainz não foi punido.
É bem verdade que neste ano o trabalho dos comissários está mais aparente e a explicação para isto vem do fato do campeonato estar mais concorrido, o que faz com que os pilotos corram mais riscos e assim, alguns deslizes passíveis de investigações.
Foto: Fórmula 1
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