Os pilotos foram incisivos em suas respostas e todos de forma unânime concordam que os culpados devem ser punidos, porém alguns entraram numa saia justa, caso de Fernando Alonso, que no ano que vem defenderá a Aston Martin, umas equipes que supostamente furaram o teto.
"E um tema difícil para nós, do ponto de vista do piloto. Contamos com as nossas equipes para controlar realmente tudo o que fazem. Mas sim, acho que todos nós esperamos da FIA que fiscalize da melhor maneira possível, porque queremos correr em um ambiente justo. Mas é um tema muito difícil, porque há muitas coisas que precisamos assegurar que sejam controladas. O limite orçamental é uma coisa, porém há muitas equipes com estruturas diferentes, com suas particularidades, com um circuito particular nas suas próprias fábricas, por exemplo. Muitas coisas precisam ser controladas. Portanto, tem que ser realmente bem feito”, disse Alonso se esquivando de engrossar o caldo com sua futura equipe.
Sebastian Vettel, que corre atualmente na Aston Martin foi outro que preferiu matar a bola no peito e jogar para escanteio, pois qualquer gol contra neste momento poderia colocá-lo em um ambiente de guerra dentro da equipe.
"[A FIA] Há de proporcionar imparcialidade e assegurar que a imparcialidade exista em todas as equipes ao longo do ano, ao longo da temporada e no automobilismo como um todo. Ela é responsável por isso e temos que confiar nela para fazer este trabalho - para quem não cumprir as regras, impõe-se as consequências. É um assunto complicado e muito complexo para nós pilotos e nós não somos os melhores juízes para julgar a questão. Mas sim, acho que o caminho é tornar as regras simples e claras, por isso vamos ver o que acontece”, disse o piloto alemão que está de saída da Fórmula 1.
Mas, se por um lado alguns podem ser prejudicados por aquilo que falar, outros podem ser muito beneficiados com os resultados (leia-se punições) das apurações, sobretudo se as punições forem no sentido de anular os pontos das equipes infratoras, caso realmente sejam.
“Falando da minha própria equipe, claro que se tivermos mais para gastar, chegaremos mais rapidamente ao caminho certo, por isso, se houver alguma equipe que seja considerada culpada, esta deverá ser punida. E qual é a punição? Não sou eu quem decidirá, mas com certeza devem ser punidos”, disse Charles Leclerc, piloto da Ferrari e que pode ser grandemente beneficiado com uma possível punição à Red Bull Racing, primeira colocada no mundial de construtores e equipe no qual corre Max Verstappen, primeiro colocado no mundial de pilotos com larga margem.

Aston Martin. Divulgação
Na mesma linha de Leclerc, George Russell da Mercedes, equipe que vem "comendo pelas beiradas" neste campeonato e sabendo que seu time pode ser também beneficiado caso os austríacos sejam punidos, engrossa o caldo da discussão: "Vou esperar e ver quais são os resultados na segunda-feira, porem, sei que pela experiência e vivência dentro da Mercedes, vejo o quanto toda a equipe trabalhou para se manter dentro do limite de gastos. Sabemos que poderíamos trazer mais desempenho ao carro se tivéssemos mais dinheiro para gastar e é simples assim. E sim, confio em Mohammed [Sulayem, presidente da FIA] e na FIA para punir adequadamente quem for considerado culpado, onde espero também que o montante que foi ultrapassado [no orçamento do ano passado], seja igualmente retirado do orçamento do ano seguinte como punição".
É uma seara bastante nebulosa para qualquer um que não esteja na área técnica da FIA avaliar, pois há muito meios das equipes declararem seus gastos e desta forma, burlar o teto orçamental de forma “legal”. Por outro lado, é uma situação onde exige-se rigor da entidade, pois do contrário será mais uma regra criada para não ser cumprida ou exigida o cumprimento da mesma, tal como recentemente aconteceu quando os pilotos foram efetivamente proibidos de utilizar suas joias quando estão pilotando – a regra não é nova, mas o seu rigor passou a ser empregado apenas nesta temporada, o que gerou revolta por parte de alguns pilotos.
Compartilhe esse post: