O primeiro indício deste engano foi o fato da Red Bull Racing iniciar a temporada com zero ponto, já que sabidamente o carro da equipe é muito bom, bem como o seu line up de pilotos está entre o melhor do grid.
E o segundo indicio de que algo estava errado era o fato da Mercedes sair de Sakhir no Bahrein como segunda colocada na classificação do mundial de construtores e seus pilotos serem terceiro e quarto colocados em seu respectivo campeonato – a prova de ontem serviu para mostrar em que pé está o balanço de forças da categoria neste ano até o momento e talvez a eliminação de Lewis Hamilton ainda no Q1 no sábado, uma forma de dizer que no xadrez da categoria, ao que tudo indica, há outro rei.

Mercedes disputando posições intermediárias. Dura realidade dos octacampeões. Foto: Divulgação Formula 1
Claro que Hamilton não está vencido e é muito cedo para dizer que a Mercedes está morta, mas pensando em desenvolvimento do carro, a Ferrari e a Red Bull estão numa posição muito mais confortável, já que se ambas não fizerem nada, ainda assim a equipe alemã terá que trabalhar muito apenas para igualar os rendimentos.
É verdade que a Mercedes tem um ponto de vantagem para a Red Bull, são 38 a 37 respectivamente, mas se levarmos em consideração que a equipe taurina zerou na primeira prova, é questão de tempo para que esta vantagem seja revertida e sendo assim, ainda hoje os números não traduzem de verdade a realidade dos fatos.

O desafio imposto pela dupla Ferrari/Leclerc tende a ser dificil para Verstappen. Foto: Divulgação Formula 1
Por outro lado George Russell mostrou para a equipe que neste ano é possível se segurar como a terceira força da categoria, já que de forma consistente levou a equipe até o Q3 na qualificação e na corrida teve ritmo para se manter no quinto lugar que encerrou a corrida – ele não tinha ritmo para atacar Sergio Perez (Red Bull Racing), o quarto colocado, mas terminou bem à frente Esteban Ocon (Alpine), onde talvez com um jogo de equipe ousado ou alguma estratégia diferente, pudesse ter feito um undercut (ou overcut) pra cima do piloto taurino.
Devemos lembrar que uma corrida tem nos boxes de cada equipe um elemento muito forte para se ganhar pontos, sendo a estratégia responsável por ajudar o piloto a dar um salto de posições em momentos chave da prova – a Mercedes ontem mostrou que ainda não tem esta carta na manga, haja visto que Hamilton não entrou nos boxes no momento que poderia se beneficiar, o que lhe custou terminar apenas em 10º lugar, quando seria possível ir um pouco mais adiante.

A gigante acordou! Ferrari vem com tudo para 2022! Foto: Divulgação Formula 1
Neste sentido aquela Ferrari trapalhona de outros tempos parece ter ficado sepultada no passado, uma vez que ontem o time ganhou nos boxes um terceiro lugar para Carlos Sainz sobre Perez, que até então era o primeiro colocado, mas que em um simples pit stop, perdeu nada menos que três posições, beneficiando o espanhol do time vermelho.
A próxima corrida, o GP da Austrália, acontece daqui a 15 dias e sendo assim, a Mercedes tem um certo tempo para melhorar seu W13, enquanto Ferrari e Red Bull analisam seus dados e focam no que está dando certo – se o time alemão souber neste momento onde se encontra no tabuleiro posto sobre a mesa, pode ser que consiga projetar suas próximas jogadas.
Do contrário, terá que contar com os erros dos adversários para não cair ainda mais para trás da posição que se encontra, o que não é difícil, pois Alfa Romeo, Haas e Alpine estão esperando apenas o momento certo para dar o bote.
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