A equipe alemã foi bastante ousada, pois exatamente em Barcelona na pré-temporada deste ano ela apresentou um carro, mas quando foram para a fase dois dos testes coletivos, levou a versão atual do modelo, que causou espanto e até mesmo um sentimento de estranheza, onde praticamente 100% daqueles que acompanharam os testes, imaginavam que a Mercedes estava escondendo o jogo, para entregar todo o seu potencial na etapa de abertura.
Mas, por incrível que pareça o time alemão não estava escondendo o jogo, pelo contrário, o carro do tipo “sidepod zero” visto na pré-temporada no Bahrein com todas as suas dificuldades era a realidade nua e crua do que o W13 efetivamente é: uma solução mal nascida, ou um erro mal calculado.
Porém, havemos de lembrar que em Barcelona a equipe poderá fazer um tira-teima entre as duas soluções e efetivamente avaliar qual das duas versões do W13 é mais funcional e eficiente, pois se na primeira passagem a equipe utilizou a versão A do modelo, agora teremos a versão B na pista e sendo assim, a comparação entre as duas variantes poderá ser definitivamente realizada.
Mas, além do carro da Mercedes deste ano não ser bom, ele possui uma característica de altos e baixos muito forte, que ficou claro no final de semana passado, quando George Russell liderou o TL2 e na qualificação não passou para o Q3 – eram carros distintos num período muito curto de tempo.
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“O carro parecia completamente diferente hoje, porque ontem parecia que íamos lutar pela pole e hoje estamos em 12º. Estamos um pouco confusos para ser honesto”, disse Russell logo após a qualificação no sábado.
Ainda assim na equipe alemã o atual conceito do W13 não é descartado e em entrevista ao site Motorsport.com, Toto Wolff, chefe de equipe da Mercedes disse que tudo será analisado na pista espanhola, ressaltando que mesmo que o carro não funcione da maneira que deveria, seu time sempre fez um excelente trabalho.
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“Não descartamos nada ainda, mas precisamos dar a nossa equipe o direito à dúvida. Eles produziram grandes carros de corrida no passado e nós acreditamos que este é o caminho a ser seguido. Barcelona vai ser definitivamente o ponto no tempo em que vamos comparar o que temos com o que vimos em fevereiro [primeira fase dos testes de pré-temporada] e levantar mais dados. Não estou feliz com o que temos hoje, mas é física e não ciência mística e por isso é preciso analisar os dados”, disse o dirigente austríaco.
Seja como for, a Mercedes ainda tem conseguido se sobressair se mantendo como a terceira força do grid – passadas cinco corridas ela tem 95 pontos no campeonato, 62 a menos que a líder Ferrari, porém mesmo que pareça difícil, ela pode ser recuperar e ainda lutar pelo mundial de construtores, bem como no mundial de pilotos.
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O campeonato deste ano é bem longo e restam ainda 18 corridas na temporada (17 se considerarmos que Barcelona será utilizado apenas para comparação de dados), o que contando com azares alheios e um bom trabalho na fábrica de Brackley, sede da equipe, pode mudar o prognóstico do time, que neste ano nem se parece com a Mercedes de outrora.
Se conseguirem fazer o carro ter uma personalidade bem definida no final de semana, já será um grande avanço...
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