Verstappen: Momento certo de trocar o motor?
Quando a Red Bull Racing saiu de Monza, Itália, além de ter perdido a liderança do campeonato mundial de construtores, tinha em mente que Sochi não seria o melhor lugar para recuperar a ponta da competição.
Além disso, com os eminentes embates entre Max Verstappen e Lewis Hamilton da Mercedes, que tem feito com que algumas provas sejam abreviadas, o risco de um acidente acontecer e com isto num momento seguinte ter que trocar o motor é alto.
Os engenheiros fazem as contas e chegam ao momento correto para que uma unidade de potência seja trocada, porém, Sochi é uma das pistas com menos possibilidades de ultrapassagem do calendário e sendo assim, Verstappen largar do final do grid gera um grande risco de sair da Rússia sem marcar um só ponto.
Com o bom prognóstico do time alemão na pista russa, ampliar a vantagem na competição é algo quase certo e o jogo de equipe da Mercedes pode alçar Hamilton a liderança do mundial de pilotos novamente, o que fatalmente jogará toda pressão das próximas etapas sobre os ombros do time taurino.
Por outro lado, arriscar correr em Sochi e ver a unidade de potência de Verstappen ir para o espaço poderia gerar um prejuízo duplo, pois além de não marcar ponto (devido a imaginada quebra) nesta etapa, chegaria a próxima já sabendo que o final do grid os espera e sendo assim, seriam duas corridas com resultados negativos.
Claro que trocando o motor agora a equipe austríaca volta aos 100% de confiabilidade do equipamento do carro #33 e com isto, a chance de correr atrás do leite derramado e o reaver, porém o prejuízo do momento é inegável.
A Mercedes sabe que a oportunidade desenhada na Rússia é única e deve estar completamente focada em ter um final de semana dos sonhos e se isto ocorrer, com o time fazendo um 1-2, mesmo que Sergio Perez chegue em terceiro, ele não estará debitando muitos pontos do time alemão, pelo contrário, estará apenas fazendo com que o estrago não seja o mais danoso possível.
Mas, também é pouco provável que Perez tenha condição de ir ao pódio, pois mesmo sabendo que seu carro permita, os resultados apresentados nas duas sessões livre desta sexta-feira não apontam para um final de GP tão bom para o mexicano.
Sendo assim, a Red Bull jogou com as cartas que tem na mão e se era realmente inevitável trocar a unidade de potência, o fato é que o custo pode ser muito maior que o desejado, ainda que seja menor do que não o fazer, sob o risco de acumular duas corridas com resultados nada amistosos.
Desta forma, se realmente o campeonato for decidido por uma diferença de pontos muito pequena como se imagina, hoje o que se percebe é que a Mercedes pode sair da Rússia com uma soma muito positiva e sendo assim, chegar ao final da temporada com gordura para se manter na ponta da tabela.
Hamilton pode até não ser campeão ao final do ano, mas que a Mercedes caminha para encerrar esta era da Fórmula 1 absoluta isso é fato.
O final de semana tem sido bom para os alemães até aqui e se isto é o meio de termos um campeonato aquecido até a última prova da temporada, que se realize todos os desejos de Toto Wolff e sua turma.
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Autor
Márcio de Luca
