PAPAIA AZEDO


Depois de dois anos correndo em alto nível na Fórmula 1 e uma brilhante temporada de retorno à IndyCar, a McLaren passou por um final de semana perfeito para ser esquecido.


A equipe não fez sua melhor pré-temporada na F1, mas nada levava a crer que o seu desempenho na primeira corrida seria tão ruim – mesmo a recente fase McLaren-Honda não trouxe um momento de tamanha baixa expressão para o time.

De chance de redenção com uma a frustação do abandono. Assim foi o domingo da McLaren no Texas. Foto: Reprodução

Num sentido inverso, a pole position de Felix Rosenqvist para a corrida do Texas do fortíssimo campeonato de monopostos da terra do Tio Sam, dava indícios que o final de semana tinha muitos frutos a serem colhidos, sobretudo porque Pato O'Ward também largaria numa confortável décima posição.

A organização haveria de esperar uma sequência de bons resultados, uma vez que a corrida do Bahrein da Fórmula 1 traria em seguida a etapa do Texas da IndyCar, mas este se mostraria como um final de semana desastroso para o time dos carros cor papaia, onde no primeiro caso terminou muito longe dos pontos e no segundo, nenhum dos dois carros sequer terminou a corrida.

Foto: Reprodução Twitter/Arrow McLaren

Mas, o final de semana não foi apenas de F1 e IndyCar, porque no sábado em Sebring, Flórida, os dois únicos McLaren que compunham o grid para as 12 Horas de Sebring, tradicional corrida do IMSA, o campeonato de endurance norte-americano, largaria das posições 43 e 51 dentre os 53 carros inscritos para a prova.

É bem verdade que neste caso os carros não são do time de fábrica da McLaren, que inclusive não possui operações próprias em campeonatos de GTs ou endurance mundo à fora, porém são carros que ostentam o logotipo da empresa e sendo assim, indiretamente contam.

Porém, no meio de todo este caos que foi o fatídico final de semana, pelo menos na Fórmula 1 a equipe conseguiu terminar com os dois carros a corrida, ajudado por nas últimas voltas um safety car agrupar o pelotão, onde Daniel Ricciardo encerrou na 14ª posição e Lando Norris uma atrás, ambos na mesma volta do líder.

Já no IMSA o carro que largou da posição 51, encerrou a prova na 28ª e o que largou do posto 43 do grid, não encerrou a prova.

Foto: Reprodução Twitter

Seja como for e qual seja o resultado alcançado em qualquer uma das categorias, a realidade é que a McLaren precisa de verdade se mexer, pois times como Alfa Romeo e Haas que em 2021 andaram na rabeira do campeonato, neste ano deram um imenso salto em termos de desempenho e na IndyCar, até mesmo a Penske, que apesar de imensa, não vinha de grandes campeonatos recentemente, mas fez um 1-2 nesta prova do Texas.

Ao que tudo indica, a concorrência se mexeu, mas a McLaren parou sem querer no tempo.

É fato que Andreas Seidl, chefe da equipe na Fórmula 1 já vinha sinalizando para a imprensa que a euforia causada nos dois últimos campeonatos pelos resultados obtidos pelo time, não abriria caminho para neste ano os carros laranja e azul disputar a ponta da tabela, mas até ai disputar a ponta inferior da mesma, mesmo nas piores previsões que o alemão fez, seguramente não era o plano, porém é o que se pode prever, caso nada de efetivo seja feito.

Foto: Reprodução Twitter/McLaren F1

Diferente de outros anos, a Fórmula 1 agora é uma categoria mais competitiva, algo que a IndyCar sempre foi e sendo assim, nenhum tipo de amadorismo é permitido – claro que Zak Brawn já está mexendo suas peças no tabuleiro, porém precisa que se faça rapidamente, sob o risco de ter um ano perdido.

E nos negócios de alto nível como são estas duas categorias, um ano perdido pode significar vários anos de dinheiro não captado pela frente, o que eu duvido que eles estejam dispostos a se sujeitar.

Nesta semana a Fórmula 1 tem corrida novamente (Arábia Saudita) e a IndyCar volta no dia 10 de abril ao misto de Long Beach e não nos resta outra coisa a não ser crer que o baque serviu de lição, do contrário, vão ter que trocar urgentemente esta cartilha...


Márcio de Luca

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Márcio de Luca

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