EXISTE VIDA FORA DA F1? CLARO QUE EXISTE!


Para muitos a Fórmula 1 é o topo do automobilismo mundial e quem não está, ou chegou nela, não é piloto de verdade. Claro que há quem não a valorize, sendo quase o mesmo sentimento, porém em sentido contrário.


Dos dois lados o engano está presente, que fique registrado, porém não é sobre isso que quero falar, mas sim dos feitos.

Neste final de semana tivemos a abertura oficial do automobilismo mundial, com provas Fórmula E na sexta-feira e no sábado e a realização das 24 Horas de Daytona, com largada no sábado, que teve largada as15h30 do sábado e encerramento um dia depois.

E foi exatamente nesta última que o Brasil mostrou mais uma vez sua força no automobilismo mundial, onde seis pilotos participaram da prova e podemos dizer que monopolizaram a corrida e o pódio, já que em cada classe em que corria um piloto brasileiro, um deles venceu.

Na classe DPi Pipo Derani iniciou a defesa do seu título de 2021 e Hélio Castroneves, que depois da vitória nas 500 Milhas de Indianápolis no ano passado, teve seu ânimo e visibilidade reforçados e iniciou 2022 totalmente com o pé direito, ao levar o Acura ARX-05 #60 da Meyer Shank Racing ao topo do pódio de sua classe.

Helinho sagrou-se bicampeão das 24 Horas de Daytona. Reprodução

Derani com o Cadillac DPi V.R #31 da Whelen Enginering ainda conseguiu encerrar a prova na quarta posição, depois de ter liderado boa parte dela.

Na classe LMP3 o Ligier JS P320 VK #74 da Riley Motorsport no qual Felipe Fraga fez parte da tripulação, pode-se dizer que venceu de ponta a ponta, pois salvo ocasiões de ida aos boxes o tirou da liderança desta grandiosa maratona de 24 horas que chegou neste ano 60a edição.

Chegamos então a novíssima classe GTD Pro, onde contamos com o maior número de brasileiros na corrida, com Daniel Serra (Ferrari 488 GT3 Evo #62, Risi Competizione) e Augusto Farfus (BMW M4 GT3 #25, BMW RLL) dando as boas vindas a Felipe Nasr, que estreia nos GTs este ano a bordo do Porsche 911 GT3R #9 da Pfaff Motorsport.

E foi exatamente o estreante da classe quem deu as cartas na corrida, já que além de vencer, liderou boa parte corrida, o que mostrou sua altíssima capacidade de adaptação, uma vez que até a temporada passada sua carreira estava baseada nos protótipos, no qual foi campeão da temporada 2021 com um Cadillac da classe DPi.

Nasr (a direita) trinfou na competitiva classe GTD-Pro. Reprodução

Serra também foi ao pódio na segunda posição e Farfus encerrou a prova no sétimo lugar de sua classe.

Desta forma, para aqueles que elegem uma única categoria como sendo a mais importante e após ela nada mais importa, as 24 Horas de Daytona deste ano talvez possa mostrar que este não é o melhor caminho a ser seguido, uma vez que o IMSA, por exemplo, além de ser um campeonato de altíssimo nível, está entre os mais disputados do planeta.

Além dos feitos no IMSA, Lucas di Grassi foi ao pódio na segunda corrida da Arábia Saudita da Fórmula E com a terceira posição e sai do país do Oriente Médio com a quinta colocação do campeonato com 25 pontos, o que mostra também sua força na categoria, já que neste ano está em uma nova equipe, a Venturi, que é a líder da competição com 58 pontos.

Di Grassi foi ao pódio na corrida 2 em Diriyah. Reprodução

Ou seja, para nós brasileiros que não temos nenhum representante na Fórmula 1, há uma certa tristeza, porém esta categoria que é imensa, não é a única e muito menos a mais importante.

Tivemos um passado brilhante na F1, mas neste mesmo passado diversos outros pilotos em varias outras categorias foram vitoriosos e campeões e é nisto que devemos focar.

Sendo assim, vida longa ao automobilismo, seja qual for a categoria e se tiver brasileiros envolvidos, melhor ainda!


Márcio de Luca

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Márcio de Luca

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