FÓRMULA 1 - O JOGO ESTÁ BEM ESCONDIDO OU O RAIO X É REAL?
Depois de uma pré-temporada onde tudo levava a crer que a Red Bull Racing havia dado um passo à frente dos concorrentes, hoje no primeiro dia de treinos livres na mesma pista de Sakhir no Bahrein, as cartas foram novamente embaralhadas e havemos de reanalisar os resultados e tentar fazer uma leitura das entrelinhas deste início de temporada.
Na primeira sessão livre do dia os tempos foram altos e o melhor giro desta primeira atividade ficou com Daniel Ricciardo da Racing Bulls com o tempo de 1m32s869, algo em torno três segundos acima do melhor tempo da pré-temporada, obtido por Carlos Sainz da Ferrari com o crono marcando 1m29s921.
Até aí, a primeira sessão é sempre voltada a entender o funcionamento do carro na pista e ninguém sai com a faca nos dentes, pelo menos, não normalmente - este é o momento em que quase todo mundo esconde tudo e hoje os times poderia estar fazendo apenas um reteste nos seus sistemas.
Nesta sessão um segundo separava o primeiro do 14° tempo da tabela, que foi realizado por Lance Stroll da Aston Martin (ficando a 0s999 da ponta), o que mostra que todo mundo, ainda que tenha realizado simulações de corrida, nos momentos que simularam classificação, andaram muito próximos.
Os homens a serem batidos da Red Bull Racing fizeram tempos apáticos, com Max Verstappen encerrando a sessão com o sexto posto e Sérgio Perez fora do top 10, com o 12° tempo.
A imagem abaixo podemos conferir como cada piloto finalizou a sessão.
SEGUNDA SESSÃO E NENHUMA CONCLUSÃO
Chegamos a segunda sessão livre e nesta, podemos dizer que houve uma mudança radical nas posições da tabela de tempos, porém mais condizente com o que imaginamos ser a realidade dos fatos, levando em conta o balanço de forças da pré-temporada e o histórico recente de cada uma das equipes e pilotos.
A Mercedes que na pré-temporada deste ano mostrou uma consistência superior ao que foi visto no dois últimos anos, escalou a tabela de tempos da sessão e fez um 1-2 com Lewis Hamilton em primeiro e George Russell em segundo, respectivamente com 1m30s374 e 1m30s580.
Verstappen novamente ficou com o sexto tempo e Perez ganhou dois lugares na tabela e aí fica a dúvida: o holandês andou de verdade ou guardou munição para gastar a partir de amanhã, quando efetivamente as coisas valem, sobretudo, na qualificação.
Diferente do que vimos na pré-temporada, Verstappen desta vez utilizou pneus macios (houve um momento da sessão em que todos os pilotos estavam calçados com as borrachas mais macias disponíveis) e ainda que tenha andado próximo do tempo da ponta, não o superou como de costume sempre fez.
Confira na imagem abaixo todos os tempos.
É claro que cada equipe pode ter usado o dia de hoje como sendo uma extensão dos três dias preparatórios da semana passada, testando configurações e até mesmo outras peças sem levar o carro ao limite, porém, não podemos descartar o fato que o carro revolucionário que a Red Bull trouxe para esta temporada, pode não ser tão dominador quando foi o RB19, que venceu 21 de 22 corridas disputadas no ano passado.
Mas também, verdade seja dita, o conceito melhorado do que fez a Mercedes até o ano passado, se mostrou muito mais estável em pista do que o W13 e o W14 - mesmo hoje ficando longe da ponta, é inegável que o RB20 é um carro sensacional.
De fato, apenas amanhã e sábado poderemos alinhavar esta grande colcha de retalhos que temos em mãos, sob o risco de já na corrida seguinte as coisas mudarem novamente.
Mas, se o raio x apresentado até então foi real, podemos estar adentrando numa temporada sensacional e que vai nos presentear com grandes disputas na pista.
Desta forma, vamos torcer para que o que vimos hoje em pista seja um pouco mais próximo do real, especialmente porque sabemos da grande capacidade de resposta da Red Bull Racing e de Verstappen; do imenso desejo da Ferrari voltar a ser campeã e do inesgotável desejo de Hamilton levantar mais uma taça de campeão e desta forma, encerrar seu ciclo na Mercedes por cima.
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Foto: Fórmula 1
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Autor
Márcio de Luca
