INDYCAR – DE PATINHO FEIO A FESTEJADO. ERICSSON FATURA INDY 500

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Em uma prova que tinha a Ganassi como franca favorita a vitória da 106ª edição da maior prova do planeta com seu quinteto de pilotos, Marcus Ericsson era sem sombra de dúvidas aquele dentre os cinco que era menos badalado. No entanto, o ex-piloto da Sauber na Formula 1 superou os holofotes focados em seus companheiros e com uma prova irrepreensível faturou a primeira vitória de um sueco na prova desde Kenny Brack em 1999.

Como foi a prova?

Um lindo dia de sol sem nuvens, com arquibancadas lotadas e um show de abertura em homenagens do Memorial Day. Em um clima espetacular, foi dada a ordem de ligar os motores por Roger Penske.

Scott Dixon mantém a ponta, mas Alex Palou tinha um ritmo muito forte neste inicio de prova. Desde o início era claro que a Ganassi tinha feito um grande trabalho no carro de seus pilotos, uma vez que Tony Kanaan assim como Marcus Ericsson também vinham fortes no pelotão dianteiro.

Rinus Veekay era quem ameaçava neste inicio de prova a tranquilidade dos pilotos do carro 9 e 10, pois tinha um grande ritmo e se firmava como um dos protagonistas deste domingo assim como o próprio Carpenter que também vinha com ritmo muito forte e despontava entre o pelotão dianteiro também ameaçando a hegemonia da esquadra de Chip Ganassi.

Enquanto isso, Andretti e Penske sofriam, com seus pilotos ocupando somente posições medianas neste inicio de prova. Para se ter uma ideia Will Power era o melhor Penske em 9º e Romain Grosjean era 10º na melhor colocação da Andretti neste momento.

Domínio da Ganassi marca a primeira parte da prova

Primeira rodada de pits ocorre em meio a um domínio da Ganassi, Carpenter e McLaren. Palou e Dixon até então vinham em uma dança de vácuo maestral abrindo cada vez mais vantagem frente ao terceiro colocado Veekay. Dixon parou na volta 34 e foi seguido na volta seguinte por Palou e Veekay. Entre os brasileiros, Kanaan que vinha em sexto perdeu a posição para Santino Ferrucci que tinha grande desempenho neste início de prova.

Castroneves e Montoya tentavam uma estratégia diferente, economizando combustível o que ficou claro no momento em que ambos pararam, quase 6 voltas depois de Dixon. A estratégia se mostrava promissora, em uma conta rápida algumas voltas a mais frente a carros mais rápidos em pista poderia significar uma parada a menor no transcorrer da prova.

Holandês voador da Indy abandona!

O piloto do carro 21 da Carpenter era segundo colocado, atrás de Dixon, porém escapou na curva 2 e bateu forte. Era o fim da disputa para Veekay que tinha feito até aqui um grande mês de maio. Durante a amarela Will Power assim como outros pilotos aproveitaram para abastecer, porém no momento da saída o australiano vencedor da edição 2018 da prova deixou o carro morrer e viu sua situação piorar na disputa.

Relargada na volta 46 e Palou e Dixon ditam o ritmo na dianteira, agora com uma impressão que a vida de ambos seria mais tranquila com o abandono do rápido Veekay. Tony enquanto isso travava forte disputa pela 6ª posição com Takuma Sato enquanto Hélio vinha na parte de trás agora em 19º.

Colton Herta quase bate seu carro e logo após começa a reclamar com a equipe que seu carro escapa muito de traseira. Ficou claro que o estadunidense da Andretti não conseguia acompanhar o ritmo dos demais na prova e isso ficou claro mais adiante quando na tabela de classificação aparecia em último, a frente somente de Stefan Wilson. A equipe em si, só tinha o que lamentar até então. O melhor carro na prova era o de Romain Grosjean que vinha em 13º.

Palou é punido e cai para o fim do pelotão!

Dixon parou novamente na volta 69 e assim que volta a pista, Indianapolis começou a mostrar ao mundo o porque é uma pista que só ganha quem ela quer. Callum Illiot bate seu carro na mesma curva dois que eliminou Veekay e causa uma bandeira amarela. O que ocorre é que Alex Palou que até então tinha junto ao compenheiro Dixon o melhor carro da prova, entrou nos pits no momento que ele estava fechado.

Palou era favorito, mas amarela mudou a sua história na prova. Reprodução

Com isso ele precisou voltar a pista sem reabastecer, mas os carros da Ganassi estavam muito ajustados para a ritmo de prova em velocidade, mas isso causava um consumo expressivo de combustível. Palou e Dixon só entravam nos pits quando o combustível estava realmente no final e com isso o espanhol campeão de 2021 viveu um drama precisou voltar aos pits para não sofrer uma pane seca. Colocou um pouco de combustível e além de voltar a pista no final do pelotão, acabou sendo punido por ter realizado a parada com os boxes fechados.

Após o primeiro golpe na Ganassi, Dixon agora se via sem seu companheiro para troca de vácuo, enquanto Palou era somente 27º. Dixon então começava a receber pressão de Conor Daly com a excelente Carpenter e também de Pato O’Ward com uma Mclaren que crescia na prova. Enquanto isso pouco atrás, Tony e Ericsson disputavam entre si a sexta posição.

Grosjean bate e abandona

Conor Daly para na volta 105 e no giro seguinte, mais uma vitima da curva 2. Romain Grosjean que vinha fazendo uma prova OK até o momento, bateu na volta 106 no mesmo ponto que os dois acidentes anteriores, aparentemente por conta de problemas com o vento que agia diferente nos carros quando estes estavam mais leves. Com isso o primeiro Andretti abandonava a prova. Duas voltas depois, Dixon, O’Ward e todo o pelotão da frente parava, dando a Daly a liderança provisória da prova.

Na volta 113 relargada e Pato O’Ward faz grande manobra e sai de 3º para 1º já na curva 1 superando Dixon e Daly. Kanaan vinha em 6º e Hélinho agora estava em 11º enfim atrás de seu companheiro Simon Pagenaud, o que possibilitava um trabalho de vácuo entre os companheiros de equipe pela primeira vez na prova. Mais atrás Alex Palou tentava se recuperar e era 19º enquanto Colton Herta, que vinha se arrastando pela pista e já tinha 2 voltas de atraso para o líder, abandonava a disputa.

Na volta 141 Scott Dixon faz nova parada seguindo na volta seguinte por Conor Daly. Na volta a pista, Dixon é ultrapassado por Rosenqvist que vinha em quarto e aplicou um undercut no piloto da Ganassi. Três voltar após Dixon, foi a vez de O’Ward fazer sua parada e também consegue passar Dixon, em grande forma da McLaren para a parte final da prova. Kanaan enquanto isso era o 6º virtual após recuperar a posição sobre Ferrucci e Helinho também se recuperava sobre Ed Carpenter. Ericsson então que vinha em 7º passou Tony que agora estava a frente de Simon Pagenaud e Helio Castroneves que vinha em 9º.

Melhor Penske bate e abandona!

Na volta 151 Scott McLaughlin batia na curva 3 e causava nova bandeira amarela. Até então ele era o melhor Penske na pista. O pelotão da frente então preferiu não entrar nos boxes neste momento pois ainda seria necessária uma parada para chegarem até o final da prova. Com 42 voltas para o fim, Dixon liderava a prova enquanto um incrível Alexander Rossi em prova de recuperação aparecia em 6º deixando para trás Tony Kanaan.

McLaughlin era o melhor Penske mas abandonou após acidente. Reprodução

Dixon é punido e perde chance de vitória

A ultima janela de paradas se iniciou e Scott Dixon que até então dominava as ações no Brickyard entrou muito rápido nos boxes, precisando frear forte e quase rodando. O piloto que até então era favorito a vitória foi obrigado a cumprir punição e caiu para a longínqua 26ª colocação.

Tony que estava em estratégia diferente era líder nesta parte final mas parou com 19 voltas restando assim dando a Jimmie Johnson a oportunidade de liderar a Indy 500 pela primeira vez em sua vida. No entanto o americano da Ganassi parou com 11 voltas para o fim.

Neste momento após o ultimo ciclo de paradas, Marcus Ericsson era a Ganassi no TOP3 da prova, trazendo consigo Pato O’Ward e Felix Rosenqvist. Tony Kanaan em grande performance passa por Rosenqvist e vai para terceiro, mas Ericsson já abria 3 segundos sobre Pato O’Ward deixando as coisas mais difíceis na disputa pela vitória. Então, com 6 giros para o fim, JJ bate seu carro e a direção opta por declarar bandeira vermelha para limpeza de pista.

Após alguns minutos de pausa para limpeza da pista, os pilotos voltaram a pista com 4 giros para o fim e após duas voltas atrás do carro de segurança, foi dada a relargada com Ericsson segurando enorme pressão de O’Ward e Rosenqvist ao passo que Tony lutou em busca da dianteira mas precisou focar mesmo na terceira colocação uma vez que o ritmo de Ericsson e O’Ward era mesmo forte.

Ambos os pilotos travaram uma batalha pela vitória na ultima volta, mas o melhor acerto da Ganassi para a prova deu ao sueco, a primeira vitória ao seu país na Indy500, desde Kenny Brack em 1999. O’Ward chegou em segundo com Tony em terceiro. Uma grande apresentação do brasileiro nesta edição.

Venceu o menos badalado do quinteto, mas é inegável que qualquer um dos 5 carros da Ganassi era favorito a vitória. A McLaren foi quem mostrou forte oposição contra a esquadra de Chip, enquanto a Penske e Andretti, que de forma inesperada teve um ótimo ritmo com Alexander Rossi no final que terminou em 5º, tiveram uma prova no geral para esquecer. Castroneves terminou na 7ª colocação.

Segunda vitória sueca na Indy500. Reprodução

A categoria volta na próxima semana, com a rodada dupla em Belle Isle, em Detroit. Até lá!

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Renato Moraes

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Renato Moraes

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